Dois livros do indiano Raj Sisodia mostram a importância de construir negócios que tenham uma razão de existir para que sejam amados por consumidores, fornecedores e clientes.
Em 1970, o americano Milton Friedman, um dos mais influentes economistas do século 20, cunhou uma frase sobre o mundo dos negócios repetida à exaustão nos últimos 40 anos: “ As empresas têm uma, e apenas uma, responsabilidade social: usar seus recursos e envolver-se em atividades destinadas a aumentar seu lucro, desde que seguindo as regras do jogo”. O indiano Rajendra Sisodia, professor de marketing da Universidade de Bentley, nos arredores de Boston , publicou dois livros para mostrar o que considerou uma lacuna no pensamento de Friedman. Um é Os Segredos das Empresas Mais Queridas e o outro é Conscious Capitalism (“Capitalismo consciente”).
Sisodia afirma que só empresas lucrativas são sustentáveis. Porém elas devem gerar valor não só para os acionistas, mas também para as outras partes da cadeia. “O capitalismo consciente é um modelo de atuação com base na criação de valores para todos os stakeholders, diz um dos livros, (Stakeholders são as partes que se relacionam com a empresa, como clientes, fornecedores e funcionários.)
Um princípio do capitalismo consciente é que todos os stakeholders são importantes. Ao seguir essa filosofia, nenhuma empresa precisaria preocupar-se em criar mecanismos e departamentos específicos para cuidar da responsabilidade social.
Conscious Capitalism desenvolve preceitos que Sisodia havia abordado em Os Segredos das Empresas Mais Queridas. O livro trata do que seus autores chamam de empresas humanísticas, que constroem vínculos emocionais com seus stakeholders. Eles acreditam que haja cada vez mais empresas que dão importância a esse tipo de compromisso. “ Os empreendedores começaram a perceber que o mundo vive uma era de transcendência”, diz Sisodia. A idéia é que há- dentro e fora das empresas- uma preocupação cada vez maior em ir além dos fatores materiais, como ganhar dinheiro e acumulá-lo, que caracterizaram o século 20.
O que mudou? A demografia. Hoje, a maioria da população adulta de países como os Estados Unidos tem mais de 40 anos. A prevalência de pessoas mais velhas é uma realidade recente- no século 19, quem passasse dos 30 podia considera-se longevo. “ A preocupação de ser, mais do que ter, é uma caracterírtica presente principalmente nas pessoas de meia-idade”, diz o livro. A busca por um sentido para a existência tem exercido um papel cada vez mais importante na remodelação da cultura empresarial. “ Acreditamos que isso esteja mexendo com a alma do capitalismo, afirmam os autores de OS Segredos das Empresas Mais Queridas.
O que conta de verdade: 1- Diminuir disparidades, 2- Conciliar Interesses, 3- Direcionar recursos. 4- Delegar poder aos funcionários, 5- Estabelecer vínculos fortes, 6- Tratar como parceiros, 7- Estimular os líderes.
Texto de Mariana Segala.
Análise Priscila Pontes – Consultora de vendas da Mais Treinamento e Consultoria.